Quando começamos a revirar a história do final do século XIX e início do século XX o nome de Percival Farquhar aparece frequentemente. Nascido em uma família milionária quaker da Pensilvânia, formado em engenharia pela Univerisade Yale e direito pela Universidade Columbia ele se envolve em grandes negócios em Cuba e na Guatemala. No Brasil seu nome aparece desde na desobstrução da Barra do Rio Grande, na construção da ferrovia São Paulo – Rio Grande com a Brazil Railway Company, no Rio de Janeiro com a Rio de Janeiro Light and Power Company, nos portos do Pará, na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Até o meio do século XX ele, invariavelmente, esteve no controle de grandes companhias que se abasteciam nos cofres públicos.

Mas nenhum estrago foi maior que o provocado pela Southern Brazil Lumber & Colonization no Paraná. Com um capital inicial de 100 mil dólares que logo virou 12 milhões de dólares, foi o maior empreendimento econômico no Sul naquela época. Estabelecida a Lumber promoveu uma devastação ecológica nunca vista até então. A companhia dispunha de uma reserva de mais de dois milhões de araucárias, sem contar imbuias, cedros e outras madeiras nobres. Serrava diariamente cerca de 300 metros, construía ramais ferroviários no meio da mata de onde as árvores desapareciam rapidamente. Os 200 mil quilômetros quadrados no Sul do Brasil, cobertos de araucárias, sobraram apenas 3%.

Principal operadora do desastre ecológico, a Lumber operou por 40 anos até ser abandonada pelos americanos e sua área incorporada ao Exército Brasileiro. Por onde passou não deixou uma só árvore nativa em pé.