A serra gaúcha, em especial Bento Gonçalves, é um polo moveleiro de excelência. São inúmeras as fábricas e milhares os profissionais da área. Mas como tudo isso começou? Porque outras regiões, também de imigrantes italianos – como a Quarta Colônia, na região de Santa Maria – não se desenvolveu a indústria moveleira? Esta é uma resposta que estamos buscando e vamos contar para vocês! Para isso, atravessamos o oceano, voltamos no tempo e desembarcamos em Bassano Del Grappa. Nesta cidade, de onde vieram inúmeros imigrantes para o Brasil, no ano de 1175 já havia registro dos primeiros marceneiros. Em 1437 já existia na cidade uma Associação dos Marceneiros e no início do século 19 foi criada uma escola de desenho, para formar designers e decoradores.
Próximo dali, em um planalto situado ao norte da província de Vicenza, sete cidades viveram durante séculos da exploração das matas e florestas da região. Elas forneceram madeira para as cidades da planície, como Pádua, Vicenza e a poderosa Veneza e sua marinha, uma das maiores da Europa durante a República Serenissima.
Na região de Vicenza havia um grande número de profissionais ligados ao trabalho com a madeira. O lenhador, o carvoeiro, o marceneiro, o fabricante de cadeiras. Sim, quem fazia cadeiras era um especialista, normalmente não fazia outras peças do mobiliário. Tinha também os tanoeiros, o fabricante de rodas para carretas, o fabricante de carretas, o mastellaro, fazia recipientes para uso doméstico, o scatoleri, que fazia caixas e o socolaro que fazia calçados. De todos estes artesãos era exigido muito conhecimento, desde a extração da planta até o acabamento da peça.
Desta região vieram muitos imigrantes para a serra gaúcha e assim já começa a ser respondida a nossa pergunta!