O IMIGRANTE, A TERRA E A FARTURA
No início era preciso plantar para sobreviver. O pouco que os imigrantes trouxeram em suas surradas bagagens foi ficando pelo caminho. Alojados em galpões, em regiões ermas, “quando tinham ocasião de viajar vinham com sementes de hortaliças, como a chicória, endívia, salsa, couves, alho e cebola”. … “Havia também os que conseguiam mudas de pessegueiros, ramos de figueira, de gelsos e de parreiras, bastante raras nessas paragens” conta Giulio Lorenzoni em seu Memorie d’un emigrante Italiano.
Os imigrantes destacaram-se em setores produtivos como a agricultura e a produção de alimentos, a metalurgia, a indústria de móveis, o comércio, o turismo, entre tantas outras áreas. A pequena produção de subsistência da criação de animais e da agricultura familiar logo alcançou outro patamar e assim se deu início ao comércio e a produção de alimentos em escala industrial.
A fabricação de massas, a vitivinicultura brasileira, as redes de supermercados, tudo contribuiu para a evolução do setor no estado e no Brasil. Este livro contará essa história, em que além do trabalho tem lugar também a mesa farta, a família reunida aos domingos, as festas, a devoção e a saudade daquela Itália que os Nonos traziam impregnados na fala, no olhar, nas receitas, naquele jeito único de ser italiano, sem deixar de ser brasileiro
O COMEÇO, SÓ TRABALHO
Os imigrantes foram atraídos pela promessa de terras e fartura. Quando chegaram a terra prometida esperava-se deles a substituição da mão-de-obra escrava, abolida quase três décadas antes. Na primeira colônia eles começam a plantar milho, trigo e videiras.. Começam a produzir salame, queijo e embutidos variados. A luta contra a pobreza e a fome cria a obstinação pelo trabalho criando assim a identidade inicial do imigrante.
A gastronomia italiana é reconhecida em todo o mundo pela fartura e riqueza de sabores. Os imigrantes, no Brasil, contribuíram de maneira indelével para a construção deste legado memorável. A comida típica italiana e a produção de bons vinhos é a base do turismo na região da serra gaúcha. A indústria e a agricultura que fornecem a matéria prima para esse mercado tem evoluído e ampliado o leque de produtos e sabores.
Autor Luis H. Rocha
![Luis H. Rocha](https://www.editoradaimigracao.com.br/wp-content/uploads/2023/09/luishrocha.jpg)
Luis H. Rocha é escritor, jornalista e publicitário, sócio da Rocha Marketing & Propaganda há 27 anos. Autodidata, trabalhou como repórter, redator e editor de diversos jornais e revistas em todo o Brasil. Começou a trabalhar no Jornal de Rio Pardo aos 12 anos e aos 17 anos fundou sua primeira revista na Serra Gaúcha. Foi organizador e produtor da trilogia 150 Anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul, uma obra com 1.200 páginas que se consagrou como a mais completa publicação sobre a imigração em todo o país. Em 2023 lançou o livro de sua autoria sobre os 20 anos da Câmara Internacional da Indústria de Transportes – CIT na sede da Organização das Nações Unidas – ONU, durante a 36ª Assembleia da entidade. É autor do livro “Os Imigrantes, o Transporte e o Progresso”, da Coleção Lavoro Italiano, com lançamento no Brasil em agosto de 2023 e na Itália em outubro do mesmo ano. Em 2024 lançou o livro “O legado dos transportadores gaúchos”, resgatando a história do transporte no Rio Grande do Sul. Lançou também o seu primeiro romance “O Beato que morreu na porta do céu”, uma narrativa que mistura história e ficção, ambientada na cidade de Rio Pardo do início do século XX.